Os salários dos homens ainda são superiores aos das mulheres, e elas continuam trabalhando em média, cinco horas a mais por semana que eles

Um dos principais incentivadores do empreendedorismo são condições do mercado de trabalho formal, que dá mostras de melhora, mas não o suficiente para justificar a permanência do trabalhador nas fileiras do trabalho com carteira assinada. E isso é ainda mais gritante, no tocante à participação da mulher nesse mercado.

Uma pesquisa divulgada em maio pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que a participação das mulheres no grupo de pessoas ocupadas nas 5,2 milhões de empresas e outras organizações formais ativas no país registrou alta de apenas 3,2% entre 2011 e 2012. Mas os salários das mulheres ainda são mais baixos – a pesquisa mostra que em 2012 os homens receberam, em média, R$ 2.126,67, e as mulheres, R$ 1.697,30.

Além disso, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), as mulheres trabalham cerca de 5 horas a mais por semana que os homens.

Uma equação simples pode demonstrar que essa realidade ainda bastante machista dentro das corporações deixa muitas famílias que dependentes do rendimento da mulher em larga desvantagem em relação aos núcleos familiares mantidos pelos homens. E Isso tende a crescer, tendo em vista que, segundo a mesma pesquisa, a presença das mulheres é superior à dos homens nas corporações – eles somam 41,5% dos empregados e elas, 58,5%. Esses dados mostram também que é cada vez maior o número de famílias que vivem menos dinheiro.

O empreendedorismo, tem se mostrado, então, a estratégia para driblar a dificuldade e vencer essa desigualdade.

Mas ele não nasce pronto. A experiência mostra que as mulheres começam o processo empreendedor com uma atividade paralela – vendendo produtos ou prestando os seus serviços no tempo que dispõe fora do trabalho, às vezes as duas opções.

Dados de uma pesquisa realizada pelo site Rede Mulher Empreendedora (http://www.redemulherempreendedora.com.br/noticias/geral/mulheres-empreendedoras-brasil ) “69% das mulheres (empreendedoras)estão acima de 31 anos , 84% tem nível superior ou pós graduação , 62% estão no ramo de serviços , 64% tem negócio de 1 a 3 anos , 74% de 1 a 5 empregados provando que são micro empreendedoras numa fase muito produtiva da vida, que há alguns anos atrás estariam investindo em MBA’s ou mesmo em cursos de aperfeiçoamento. Isso não quer dizer que não existam mulheres que buscam por isso, mas essa pesquisa mostra que a preferência pelo negócio próprio vem crescendo entre elas”.

Elas aplicam nessa atividade muito esforço, inteligência, talento e foco e conquistam um rendimento que não conseguem usando esses mesmos atributos nos seus empregos formais. É a partir desse ponto que a “atividade paralela” começa a exigir mais dessas profissionais e elas passam de funcionárias com atividade extra a pequenos empreendedores.

Empreendedor individual: crescimento e necessidade de organização

Nos casos bem sucedidos (que ocorrem quando o a atividade é o foco e tempo é bem administrado) o crescimento é uma conseqüência. A profissional passa a aparecer no mercado, o seu trabalho passa a ser requisitado; a trabalhadora informal precisa, então, crescer mais para cumprir compromissos já assumidos e prospectar novos trabalhos e novos clientes. Esse “início” pode ser de MEI (Micro Empreendedor Individual).

O Sebrae, instituição defensora da formalização do trabalho e da micro empresa, e reconhecidas por oferecer cursos e atendimentos personalizados a empreendedores individuais e micro empresários, explica que empreendedor individual tem as seguintes vantagens:

• Cobertura previdenciária;

• Contratação de funcionário com menor custo;

• Isenção de taxas;

• Acesso facilitado a crédito;

• Participara de licitações;

• Licença maternidade.

O Sebrae adverte, entretanto, que só pode ser enquadrado nessa condição, o empreendedor que faz o rendimento de até R$ 60 mil anuais, ou R$ 5 mil mensais.

O empreendedor individual deve pagar anualmente cerca de R$ 37,00 equivalente as taxas de R$ 31,10 de INSS, R$ 1,00 de Comércio e Indústria e R$ 5,00 de Serviço.

Brasil: celeiro de talentos individuais

Os talentos individuais são muitos no Brasil, haja vista o número de trabalhadores por conta própria cadastrados como empreendedores individuais, que no final de 2013 chegou a 3,5 milhões, mostra o Portal do Empreendedor .

São Paulo é o Estado com o maior número de cadastros com 872.181; Rio de Janeiro está em segundo lugar, com 422.000, Minas Gerais vem seguida, com 372.864, e Bahia é quarto no ranking, com 238.955.

Os dados mostram que nesses grandes centros urbanos estão as maiores distorções como desigualdades de salários e condições de trabalho entre homens e mulheres, mas, ao mesmo tempo, estão boas oportunidades de negócios, o que as mulheres empreendedoras percebem e usam em seu favor, abrindo novos negócios de vendas, serviços ou produção.

Isso pode explicar também a pesquisa do Sebrae e GEM (Global Entrepreneurship Monitor), que mostra que, no Brasil, 52% dos empresários com menos de três anos e meio de atividade, são do sexo feminino.

Atividades, eventos e cursos voltados para a mulher empreendedora

A ousadia virtuosa da mulher abriu novo nicho, que é a de oferta de conteúdo em diversas formas para especializar e contribuir para a preparação da empreendedora. De olho nessas novas oportunidades e oportunidade do mercado, entidades e empresas realizam fóruns, workshops, palestras, cursos e vários outros eventos. São atividades que reúnem mulheres para apresentar cases de sucessos, experiências, orientação, discussão da legislação e mudanças em curso e as leis necessárias para o empreendedorismo feminino. Alguns desses eventos são gratuitos, outros pagos.

Nós, da www.mulherreal.com, separamos alguns dos eventos interessantes que acontecem durante o ano.

Vamos a eles:

• O I Congresso Nacional da Mulher Empreendedora (CONAMEMP) foi realizado pelo Mulher de Negócio entre os 18 e 25 de março de 2014. O evento, totalmente online e gratuito, foi o primeiro nessa categoria e inovou ao proporcionar às mulheres o acesso a grandes profissionais da área.

O CONAMEMP foi fundado por Giovanna Baccarin, Bruna Epiphanio e Marta Borges.

Nos dias 15 e 21 de setembro, o Mulher de Negócios realizará o Conimepe – Congresso online e gratuito para mães empreendedores.

No dia 16 de setembro:  MeuSucesso.talk edição Brasília. Um bate-papo sobre empreendedorismo com um time de palestrantes excelente! Informações sobre sobre participação no site: http://bit.ly/1s50VxC

No dia 19 às 17h haverá uma palestra sobre gestão do tempo. Inscrições: http://bit.ly/conimepe_carol

Bootcamp Mídias Sociais: Congresso online e gratuito com especialistas em engajamento, visibilidade e vendas na web. Inscrições: http://bit.ly/1u4V2RO

Dia 22 de setembro: Top10 Empresarial com James Hunter e Pedro Mandelli sobre liderança. Evento internacional promovido pelo Mulher de Negócio em parceria com a NProduções Treinamentos Cursos Eventos. Esse evento é pago e informações sobre preço podem ser obtidas no (61) 3272-1027.

Outras informações sobre cursos e eventos no site: http://mulherdenegocio.com/conamemp-i-congresso-nacional-da-mulher-empreendedora/

• A Rede Mulheres que Decidem realizou no dia 3 de setembro, na Livraria Cultura do Shopping Market Place, em São Paulo, o I Encontro das Mulheres que Decidem.

No evento, Solange Frazão, contou sua história – De Personal Trainer à Mulher Empreendedora; Roberta Omeltech, coach, consultora financeira empresária falou sobre a criação de seu aplicativo de organização financeira, o Bufunfa; e o cantor Nahim, falou de sua experiência no Programa “Aprendiz Celebridades”, comandado por Roberto Justus.

Mais informações sobre novos eventos no site: http://www.mulheresquedecidem.com/servicos/

•  O Rede Mulher Empreendedora também tem a proposta de debater e disseminar o empreendedorismo feminino. Tem como projeto e objetivo elaborar organizar palestras, workshops , seminários e oferecer oportunidade de troca de experiência .

O grupo fechado no Facebook que já conta com mais de 16 mil empreendedores, na maioria mulheres, que buscam por respostas sobre o tema em tempo real.  Outros canais como a Fanpage com mais de 160 mil seguidores, Twitter, Google Plus, Meetup, Linkedin entre outros tem a mesma proposta.

A RME conta com trinta colunistas voluntárias que escrevem sobre suas experiências e expertises dentro do universo empreendedor.

Um cadastramento do perfil das empresas pode ser feito gratuitamente no site. Hoje são mais de 35 mil empresas, formando uma vitrine virtual gratuita.

Para melhorar o networking e motivar as empreendedoras com exemplos reais, A RME isso promove mensalmente um encontro: “Café com Empreendedoras”, que ocorre na sede do Sebrae. Esses eventos acontecem em São Paulo e reúne cerca de 200 participantes mensalmente, oferecendo palestras de profissionais do mundo empreendedor.

O próximo Café com Empreendedoras já está com as inscrições abertas e ocorrerá no próximo dia 19 de setembro a partir das 9 horas.

Mais informações e inscrição no link: http://bit.ly/1rknAYT

• A AME (Associação Mulheres Empreendedoras) também é uma entidade voltada às causas das mulheres empreendedoras. Em março desse ano, assinou um acordo com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), órgão ligado à ONU (Organização das Nações Unidas). Comprometendo-se a oferecer atividades no Brasil em três áreas: promover os direitos das mulheres; fortalecer o empreendedorismo e a independência financeira das brasileiras de baixa renda; desenvolver ações conjuntas para oferecer oportunidades para mulheres em situação de violência doméstica e vítimas de violência urbana.

A AME oferece regulamente cursos de Informática Básica, Telemarketing e Atendimento ao Cliente. E deve oferecer, ainda nesse ano, cursos de Cuidador de Idoso e de Serviços Domésticos.

Mais informações podem ser obtidas no site da entidade:  http://www.amedf.org.br/cursos/

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