Entenda porque as flores estão presentes nas estampas de todas as estações do ano
As flores participaram ativamente do nosso inverno. Mesmo nos tons mais sérios e nas cores mais frias elas estamparam camisas de manga longa e manga ¾, saias longas e vestidos de tecidos pesados, parkas, casaquetos, casacos e blazers, e até nas tocas de tricô e crochê.
De forma aparentemente despretensiosa, as flores alegraram e sensualizaram os looks femininos, que normalmente na estação mais fria do ano costumam ser pesados, acinzentados e escuros.
Ora, se as flores nos fizeram a nossa cabeça, tronco e membros no inverno, por que ficariam ausentes no verão, quando o sol lhes proporciona um brilho a mais? E elas não estarão. Ao contrário, elas vêm exuberantes e nada econômicas nesses meses quentes.
E por que será que estilistas e designers de tecido investem tanto nessa tendência? Talvez, se analisarmos o bem estar a que essa estampa nos remete, consigamos responder a essa questão. Olhe bem para uma peça florida que tem por perto. Ele não te traz uma sensação de frescor, alegria e energia? Então, essa é a proposta!…
Um profissional da moda, aposta em determinado estilo depois de analisar e certificar-se de que esse estilo é tendência. Na verdade, ele faz uma leitura da sociedade, verifica anseios e necessidades das pessoas e procura compensar com as suas criações.
Então, podemos dizer que ao explorar as flores nas estampas de roupas, estilistas, modista e designers de estamparia verificam que as pessoas estão cansadas, estressadas, com as idéias e emoções desorganizadas, e as flores vêm trazer um alento, uma sensação de otimismo.
Freud explica isso? Acho que não, mas Jung, sim!
Tudo está no inconsciente coletivo, onde, segundo Carl Gustav Jung, psiquiatra, psicoterapeuta e pensador suíço, encontram-se os Arquétipos – formas ou imagens primitivas que organizam os conteúdos psicológicos. Os arquétipos frequentemente são ligados a figuras e temas de mitologia de culturas diversas.
Segundo o médico, nós nascemos com uma herança psicológica, que se soma à herança biológica. Ambas são determinantes e essenciais do comportamento.
Jung disse também que o inconsciente coletivo se expressa através de símbolos, que podem ser encontrados em sonhos ou fantasias, como também em símbolos coletivos importantes, como imagens religiosas, tais como a cruz, a estrela de seis pontas e a roda da vida budista.
Seria a flor um símbolo? E se for, o que ela representaria?
A mitologia romana pode nos dar a resposta com a história de Flora, uma ninfa das Ilhas Afortunadas, esposa de Zéfiro e deusa das flores. Na Grécia, ela é chamada de Clóris.
Flora é a potência da natureza que faz florir as árvores e preside a “tudo que floresce. Era honrada por populações itálicas, não latinas e latinas.
Num dia de Primavera em que Flora errava pelos campos, o deus do vento, Zéfiro, viu-a, apaixonou-se e raptou-a. Casou-se com ela e deu-lhe de presente, por amor, o reinar sobre as flores dos jardins e dos campos cultivados.
O mel é um dos presentes que Flora ofertou aos homens, tal como as sementes das inumeráveis variedades de flores.
Doçura e imponência do Mel
Essa substância produzida pelas abelhas tinha caráter sagrado para muitos povos da Antiguidade. Nos cultos órficos, era utilizado como símbolo da sabedoria. Na igreja cristã primitiva, a mistura de leite e mel simbolizava o alimento espiritual ou divino. Em certas escolas esotéricas, o mel representa também o processo de renascimento ou de mudança de personalidade em conseqüência de uma iniciação.
Na Índia, o mel um emblema do eu superior.
Assim, seguindo a linha junguiana chegamos à resposta. As flores despertam em nós o arquétipo de Flora com tudo o que ela simboliza – potência da natureza que faz florir as árvores e tudo o que floresce, sensualidade. Tem sob sua a guarda o Mel, substância doce, sagrada, símbolo da sabedoria, do divino, do renascer.
Por isso gostamos tanto de flores!!!
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[…] kimonos em renda, com franjas, em cores claras e com estampas étnicas e floridas bem coloridas, até porque o floral continua forte nos meses quentes. Em geral, as peças tem o cumprimento um pouco abaixo do quadril, cobrindo o bumbum (adoramos a […]