Cléo Fernandes conta como foi o início no mundo plus size e o que o título mudou em sua vida
Durante a 6ª edição do Fashion Weekend Plus Size, a equipe do Plus Sizee entrevistou a atual Miss Brasil Plus Size Oficial 2012, Cléo Fernandes. A miss contou que depois que venceu o concurso, sua vida profissional mudou completamente. Hoje, ela estampa o catálogo de mais de dez marcas de roupas.
Confira a entrevista na íntegra:
Plus Sizee: Quando você pensou em se tornar uma modelo plus size e como foi o começo da sua carreira?
Cléo Fernandes: A ideia de ser modelo não partiu de mim. Eu estava em uma loja Plus Size, em Goiânia, chamada Moda Maior com a minha mãe, foi a primeira vez que entrei em uma loja especializada. Até então achava que só teria roupas feias e para pessoas mais velhas, mas ela me chamou a atenção por ter algumas blusinhas legais. Logo que entrei vi um mural com algumas fotos e perguntei se tinha desfile e a vendedora disse que sim. Nesse momento, minha mãe me questionou porque eu não participava. Mas na minha cabeça ainda tinha o pensamento de que iria emagrecer. Minha mãe sugeriu que eu deixasse algumas fotos na loja, pois daria para ganhar um dinheiro umas duas vezes por ano. Pensei que seria legal para ter uma renda a mais, já que na época eu era só estagiária de educação física. Batemos algumas fotos e eu não tive coragem de levar até a loja porque não me achava bonita e não levei.
Depois de oito meses fui pesquisar o mercado e adicionando as meninas que já trabalhavam com isso e vendo que era grande no exterior, fui me interessando mais. Acabei perdendo um pouco de peso, cerca de seis quilos, e comecei a me sentir melhor. Foi então que eu vi uma foto no jornal e decidi ir até agência. Fui muito bem recebida pela equipe e eles disseram que eu era muito bonita. No mesmo dia eu comecei o curso e na semana seguinte já estava fazendo o meu primeiro trabalho. De lá para cá, a minha vida deu um 360, uma loucura.
PS: Por que decidiu concorrer ao título de Miss Brasil Plus Size?
Cléo: Na verdade não fui eu que pensei em participar do concurso. Foi insistência de algumas pessoas, principalmente da idealizadora desse evento, a Renata Poskus. Ela dizia que eu tinha que participar de qualquer jeito do concurso, mas eu morria de vergonha e dizia que nunca iria ganhar o título. Uma coisa é fotografar e desfilar para determinada marca, outra coisa é participar de um evento assim em que quem está lá é a Cléo Fernandes, o foco sou eu e não a roupa. Lá seria eu a avaliada como pessoa, como modelo, pelo jeito de falar. Aquilo me aterrorizou, mas de tanto ela insistir eu acabei decidindo participar poucos dias antes. No final de tudo, acabou sendo uma surpresa muito grande, foi chocante. Na hora que disseram meu nome como primeiro lugar eu fiquei imóvel, não sabia o que fazer, não porque eu não tinha gostado, mas porque eu fiquei com muita vergonha. Foi muito bom, uma surpresa boa.
PS: O que mudou na sua vida depois que ganhou o título de Miss Brasil Plus Size?
Cléo: Desde que eu ganhei o concurso têm acontecido muitas coisas boas. A minha carreira como modelo está crescendo, se consolidando cada vez mais. Por causa do título eu consegui algumas coisas bem legais, como por exemplo, eu fui capa da revista “Época”. Nesse mês de agosto estou na revista “TPM” (Trip para Mulheres) com uma entrevista sobre a minha vida desde a infância. Recebi convites para aparecer na TV. Isso mostra o meu o trabalho, então, através disso fiz mais trabalhos como modelo. Sei que é uma carreira mais curta, que não é para sempre. Gosto muito da parte artística. Provavelmente devo buscar alguma coisa como ser atriz, tentar um curso de teatro. Vou tentar fazer isso mais para frente. Por enquanto estou aproveitando a carreira de modelo.
PS: Em relação às roupas, você vê uma tendência que gosta e consegue encontrá-las na sua numeração?
Cléo: Depois que eu comecei a trabalhar como modelo eu descobri um novo universo. Eu uso vestido, shorts, saia, bermuda, tudo. Tem tudo. Se você quer ser mais comportada ou mais sensual, dá. Só temos que usar a roupa certa para os nossos corpos. Isso é para todas as mulheres, tanto para as magras quanto para as gordinhas. Não é tão fácil achar e não é em toda loja que encontramos, mas tem. É só procurar que acha.
GG: Qual o seu recado para as meninas que querem se tornar modelos e se inspiram em você?
Cléo: Eu gostaria de agradecer o carinho que recebo que tem sido incrível, tanto das pessoas daqui quanto das pessoas de fora do Brasil. Independente de querer ser modelo ou não ou de ter perfil ou para ser modelo, a gente tem que ser feliz do jeito que a gente é. Eu acredito que temos que buscar saúde. Eu acho importante enfatizar isso porque eu não faço apologia à obesidade. Não acho que as pessoas têm que sair comendo à vontade o que querem, na hora que querem e do jeito que querem e adquirir doenças através disso. Cada um sabe onde aperta o calo. Temos que parar de pensar que só vamos aproveitar a vida quando emagrecer.
Vamos aproveitar o que a gente é agora, sem ficar nessa de depois. A beleza do ser humano é valorizada justamente por cada um ser diferente, e acredito muito que a beleza realmente parte de dentro. Quando eu não me aceitava, não gostava de mim e me achava feia, eu passava isso para as pessoas. Depois que eu passei a me aceitar, passei a gostar de mim e me achar bonita, também transmiti isso. É muito melhor, sou muito feliz hoje.
PS: Nesse ramo, existe algum “porém” para você?
Cléo: Poréns existem vários. Não é uma vida tranquila. Cada dia é um desafio, em cada trabalho você conquista um cliente. Mas o mais difícil pra mim é ficar longe da minha família. Eles me fazem muita falta.
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Amanda Pinson
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