Passamos a ocupar 44% das vagas, mas ainda ganhamos 16% menos que os homens, aponta estudo do IBGE
Nos últimos cinco anos as mulheres passaram a ocupar 44% das vagas de emprego em todo o Brasil. Esses dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em março desse ano, com base nas informações do Cadastros Geral de Emprego de 2016.
O estudo mostra que há um crescimento na participação feminina, pois em 2007, as mulheres representavam 40,8% do mercado formal de trabalho.
O levantamento aponta um crescimento na ocupação formal por mulheres em idade madura: entre 30 e 39 anos (43,8%) e entre 50 e 64 anos (64,3%).
A participação delas é superior à dos homens nos setores de administração pública e serviços. Já os homens são maioria na indústria de transformação; agropecuária, extração vegetal, caça e pesca; construção civil, serviços industriais de utilidade pública; e extrativa mineral. No comércio, a participação dos dois gêneros é bastante equilibrada – estão no setor 20,1% dos homens e 19,9% das mulheres.
Desemprego atinge menos as mulheres
Outro dado importante do levantamento é que o desemprego afetou menos as mulheres nos últimos cinco anos do que os homens. De acordo com o IBGE, entre 2012 e 2016, o total de homens empregados sofreu redução de 6,4%, contra 3,5% entre as mulheres.
Renda das mulheres
Talvez o desemprego dos homens em maior número explique o fenômeno social do crescimento da importância da renda das trabalhadoras nos orçamentos domésticos. Em 1995, 23% dos lares tinham mulheres como arrimo de família. Em 2015, esse número chegou a 40%.
Muitos lares brasileiros estão sendo chefiados por mulheres e cabe ressaltar que as famílias chefiadas por mulheres não são obrigatoriamente as que não têm a presença masculina: os dados mostram que em 34% delas, havia o cônjuge está presente.
Mulheres ainda ganham menos que os homens
Apesar das alterações dos indicadores para melhor na questão de igualdade de gênero no mercado de trabalho, na média, as mulheres ainda ganham menos do que os homens, mesmo quando têm mais tempo de estudo e melhor qualificação. Em 2015, a diferença de remuneração entre homens e mulheres era de 16%. O rendimento médio do homem era de R$ 2.905.91, e o das mulheres, R$ 2.436,85.
Com relação à participação em cargos de chefia e gerência nas empresas e organizações, as mulheres ainda estão em desvantagem – apenas entre 5% e 10% das instituições são chefiadas por mulheres no Brasil, de acordo com um estudo da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
1 comment
Renata mandou bem ao pontuar a questão da cultura machista e em desconstruir os papéis relacionados à mulher, como os cuidados da casa e dos filhos.